quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Senhor,


Sem ti, Senhor, quem sou? Talvez, apenas o barro trabalhado: o boneco-Adão feito de lama. Somente a massa modelada por suas mãos. Aliás, sem ti, ó Deus, sequer sou isso.
És tu, que de suas habilidosas mãos de artista, me fizeste do barro. Que da terra inerte me constituíste, ao soprar em minhas narinas. Deixando parte de ti nesse ser tão fugaz e infame.
Por isso, mesmo que a minha matéria-prima, por vezes, almeje autonomia, sei que sem ti nada sou. O meu espírito luta arduamente por retornar ao seu destino eterno: que é o teu fôlego.
Senhor, não me permita que, no decorrer dos dias, acabe por esquecer a nossa ligação existencial e do tamanho da sua grandeza ao colocar um pouco de si naquele rústico boneco de barro. Não me deixes cegar da minha pequenez e do quanto sou frágil. Não me prives, Senhor, de contemplar em mim a sua majestade!

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