Sem
ti, Senhor, quem sou? Talvez, apenas o barro
trabalhado: o boneco-Adão feito de lama. Somente a massa modelada por suas
mãos. Aliás, sem ti, ó Deus, sequer sou isso.
És
tu, que de suas habilidosas mãos de artista, me fizeste do barro. Que da terra
inerte me constituíste, ao soprar em minhas narinas. Deixando parte de ti
nesse ser tão fugaz e infame.
Por
isso, mesmo que a minha matéria-prima, por vezes, almeje autonomia, sei que sem
ti nada sou. O meu espírito luta arduamente por retornar ao seu destino eterno:
que é o teu fôlego.
Senhor, não me permita que, no decorrer dos dias, acabe por esquecer a nossa ligação
existencial e do tamanho da sua grandeza ao colocar um pouco de si naquele rústico
boneco de barro. Não me deixes cegar da minha pequenez e do quanto sou frágil.
Não me prives, Senhor, de contemplar em mim a sua majestade!
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