sábado, 18 de junho de 2011

Lunáticos



Hoje ela apareceu no céu: majestosa, imponente, pérola da noite. Tamanho seu splendor, que as nuvens lhe abriram passagem. As estrelas, ofuscadas por sua imponência, diminuíram seu brilho, reconhecendo sua condição de coadjuvantes, ante a chegada da atriz principal.
Majestosa, feminina, envolta numa aura de divindade, ela apareceu. Colocando tudo às claras, esclarecendo dúvidas e criando outras... Fazendo a luz onde antes haviam trevas.
Eterna acompanhante de Gaia, satélite. Ela revirava os mares, alterava as rotas, mexia com as cabeças, com os cabelos, as plantações, impulsionava a vida e os amores.
Obra de um artista, presença da divindade, passeava no céu, cumprindo sua rota milenar leste-oeste. Cotidiana, límpida, excelsa, caminhava lentamente pela imensidão da abóboda noturna.
Os homens, no entanto, estavam alheios à sua presença. Atraídos por suas obras, deixavam de apreciar o milagre da noite... Indiferentes à excelência do natural, e buscando Deus em tantas coisas frívolas, acabavam por não perceber a prova da existência divina. E mais, a constatação que Ele, sem dúvidas, é o maior dos artistas.
Mais uma vez, ela findava aquele espetáculo sem sequer ter sido percebida 

Nenhum comentário: