quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ciberespaço


“(...) dois milhões de habitantes!

E nem precisava tanto...
Precisava de um amigo,
desses calados, distantes,
que lêem verso de Horácio
mas secretamente influem
na vida, no amor, na carne. (...)”
(A bruxa – Carlos Drummond de Andrade)


Estou sentado em frente ao computador. A luz da sala está apagada. Apenas as luzes florescentes que saem da tela me iluminam nessa escuridão, produzindo imagens que refletem nos meus olhos.
Um mundo surreal e abstrato se abre à minha frente. Milhares de cores, luzes, sons surgem à cada clique.  Estou em  um universo sem passado nem futuro, onde tudo se resume na fugacidade do instante. Estou em uma dimensão que desconhece os conceitos do tempo e do espaço.
Eu me sinto um veleiro de um navio que perambula por um espaço desconhecido, eternamente novo e constantemente alterado, guiado por outra lógica na qual os limites da realidade inexistem.
255 amigos no Facebook, 554 no Orkut, 219 no Mensager, outros milhares por conhecer. Tanta gente, tão junta e tão distantes ao mesmo tempo, reunidas nessa grande rede, que congrega e distancia pessoas. Tão pessoal, ao mesmo tempo em que fria; paradoxal!
Isso me embebece, me deixa tonto! Preciso, urgentemente, desligar o computador e sair lá fora para ver as ruas, as pessoas, as árvores, enfim, aquele outro mundo...  Para curar essa embriaguez,  preciso de uma boa dose de realidade.  

Um comentário:

Anônimo disse...

você não tem idéia do quanto eu me identifico com esse post...